O certificado de registro da pesca artesanal com auxílio dos botos como patrimônio cultural imaterial de Santa Catarina é resultado de uma pesquisa iniciada em 2013.
O estudo elaborado por Wellington Linhares Martins originou no documento entregue este ano pelo Estado para o município. O trabalho deverá receber reconhecimento nesta semana, com a entrega do troféu açorianidade, na noite desta quarta-feira, dia 31. Atualmente, Linhares atua na Fundação Lagunense de Cultura.
O documento de Laguna foi o número um do Registro dos Saberes Catarinense, um espaço dedicado dentro da Fundação Catarinense da Cultura para o patrimônio imaterial do Estado.
O troféu açorianidade Ilha Graciosa é entregue para pessoas que elaboraram pesquisa com intuito de valorizar a cultura açoriana. Artistas plásticos, escolas, personalidades, artesão e grupos folclóricos de Santa Catarina também irão receber o troféu.
Será a terceira vez que Laguna estará na lista dos premiados. A Escola de Educação Básica Gregório Manoel de Bem, do Ribeirão Pequeno e o Grupo Folclórico Casa da Dindinha receberam o troféu açorianidade em outros anos.
O prêmio tem como objetivo de reconhecer e valorizar o trabalho de instituições, pessoas e empresas, em prol da cultura de base açoriana do estado de Santa Catarina.
De acordo com o pesquisador Linhares, a importância é o reconhecimento que partiu do Núcleo de Estudos Açorianos da Universidade Federal de Santa Catarina, devida tamanha importância que os estudos resultaram, não somente para Laguna, mas para o Estado.
Através do Conselho Deliberativo do Núcleo de Estudos Açorianos da Universidade Federal de Santa Catarina foi instituido em 1996 o troféu, entregue anualmente.
A escolha dos profissionais, empresas e instituições que receberão os troféus são feitas pelo Conselho Deliberativo do Núcleo de Estudos Açorianos.
O Conselho é formado por 56 representantes das prefeituras municipais do litoral catarinense, Universidades Regionais e Fundações Culturais que atuam no litoral catarinense. Tem assento, também neste Conselho, SETUR, IPUF, SANTUR, Arquivo Público, e Consulado Honorário de Portugal.
Certificado do patrimônio imaterial
Em julho de 2016, foram lançados o documentário e o livro Educar, documentar e valorizar para preservar – Pesca Artesanal com auxílio dos Botos em Laguna. O projeto foi realizado pela Fundação Lagunense de Cultura, com recursos do Programa Nacional de Patrimônio Imaterial (PNPI) do Ministério da Cultura.
O trabalho contribuiu para a solicitação em 2017, para a diretoria de preservação do patrimônio histórico da Fundação Catarinense de Cultura que analisou os documentos e o Conselho da FCC certificou como patrimônio. O mesmo pedido foi encaminhado para o Iphan, em Brasília, com intuito da preservação da pesca do patrimônio nacional.
Integra a cultura do boto, a gastronomia, linguagem coloquial, paisagem, barco, tarrafas, redes de pesca, pois são as manifestações populares lagunenses, agora estão preservadas através do certificado, que deverá contribuir com a legislação que protege a especíe.